A gente é só alegria quando encontra num casaco ou numa calça um dinheiro perdido, independente do valor, o fato de encontrar a grana gera felicidade. Imagina então, quando você encontra uma garrafa de vinho guardada em um canto da adega, garrafa que você achava que já tinha tomado. É alegria em dobro.
Recentemente fiz uma limpeza na minha adega e encontrei um vinho brasileiro que gostei muito quando tomei a primeira vez. Vinícola Gheller Regressus Barbera Safra 2022. Experimentei este vinho durante um evento de degustação na loja da Vinícola Pilandro em Curitiba. Comprei umas garrafas, tentei comprar mais algumas, mas a safra estava esgotada. A uva Barbera é muito comum na região do Piemonte, na Itália. Os enólogos da Gheller acertaram a mão quando plantaram na Serra Gaúcha está variedade de uva. Este vinho tem 12 meses de passagem por barricas de carvalho. Na taça ele possui uma cor vermelha rubi com tons violetas, aromas de frutas vermelhas, café, baunilha, cacau e chocolate, e na boca ele é macio apesar dos taninos intensos, um vinho que caiu muito bem com a carne do churrasco.

Gosto muito dos vinhos da Vinícola Gheller. O primeiro vinho deles que eu tomei foi um Pinot Noir. Naquela época liguei para a vinícola para comprar mais alguns, mas tinha acabado por lá, mas eles me informaram que tinham um representante em Curitiba. Para minha surpresa era Marco Bassetti, meu amigo de longa data. Ele tinha duas caixas no seu depósito, comprei ambas. A Gheller é uma vinícola “jovem”, teve início em 2004, na região de Guaporê, 200 quilômetros a Noroeste de Porto Alegre em direção a Passo Fundo. Já coloquei na minha agenda uma viagem à Serra Gaúcha para tomar alguns vinhos. Tem muita coisa boa saindo das serras do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. O Gheller Regressus Barbera tem 13.5% de teor alcoólico e sai por R$ 140,00 na loja virtual da vinícola.
Península de Setúbal
Já falei deste vinho mais vou repetir porque abri uma garrafa outro dia e realmente é um vinho diferenciado. Herdade do Perú Private Collection Safra 2020. Abri a garrafa número 906. Nesta safra foram produzidas um total de 3333 garrafas. Este é um vinho feito de duas uvas que não pertencem às castas portuguesas, um blend de Cabernet Sauvignon e Merlot. Uvas francesas que se adaptaram muito bem à Península de Setúbal, localizada ao Sul de Lisboa. A propriedade existe desde 1715, mas foi à partir de 2017 que a Família Brito e Cunha resolveu retomar a tradição e voltou ao cultivo dos vinhedos. A Serra da Arrábida faz um proteção natural do clima do Atlântico Norte, o que faz dessa região um terroir único.

O Herdade do Perú Private Collection passa 18 meses em barricas de carvalho. Na taça ele possui uma cor vermelho vivo, aromas de chocolate, baunilha e especiarias, e na boca os seus taninos são intensos e com final prolongado. Tem 13,5% de teor alcoólico. Vinho para ocasiões especiais. Infelizmente esse vinho ainda não chegou ao mercado brasileiro. Ele veio na mala acompanhado de outras 3 garrafas do mesmo produtor. Um vinho diferenciado e que custa 75 euros a garrafa.